terça-feira, 6 de março de 2012

Games podem tratar esquizofrenia

Os jogos podem ser um tratamento menos agressivo da doençapor Redação Galileu

Os games estimulam a capacidade de comunicação e outras habilidades essenciais para o convívio social // Crédito: Shutterstock

O especialista em neuroplastia Michael Merzenich cria games para aumentar a capacidade cognitiva dos jogadores. Neuroplastia nada mais é que a ideia de que o cérebro e a forma como ele funciona podem ser modificados mesmo após a idade adulta. Segundo ele, ao estimular certas funções do cérebro, podemos treiná-lo para realizar novas funções.

Mesmo assim, quando expostos aos seus métodos, pessoas com nenhuma deficiência mental percebiam pouca diferença. E então Merzenich viu que, talvez, estivesse pensando no público errado – afinal, como fazer um cérebro que é perfeito funcionar melhor? Foi daí que surgiu a ideia de estimular pacientes de esquizofrenia a jogar séries de videogames para superar os sintomas da doença.

Atualmente, o tratamento comum para a esquizofrenia não consegue controlar completamente os sintomas das doenças (as alucinações e a dificuldades de expressão, por exemplo), além de produzir efeitos colaterais que impedem que o paciente conviva normalmente com a sociedade. Merzenich, no entanto, propõe que essas pessoas sejam submetidas a sessões de videogames estimulantes, que totalizariam 100 horas.

Testes mostraram que, com os exercícios, pessoas que estavam começando a desenvolver a doença tiveram uma melhora de 15 a 20% após as sessões de games - o que significa, em termos práticos, um atraso de seis meses na manifestação de sintomas. Além disso, quando pacientes combinavam os jogos com outros tratamentos psiquiátricos, eles tinham mais facilidade em conviver normalmente na sociedade, mantendo seus empregos, por exemplo.

O método de Merzenich ainda precisa receber a aprovação da FDA (Food and Drug Administration, órgão que controla as práticas médicas nos Estados Unidos), para ser colocado no mercado. Com o aval do governo, o médico espera que seu método se prove um sucesso e também possa ser usado para tratar pessoas com Alzheimer ou pacientes que sofreram lesões no cérebro.

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