Demorou, mas o acessório mais lúdico da atual geração de consoles conseguiu achar uma experiência cheia de fantasia e imaginação para o público infanto-juvenil. Disneyland Adventures, lançado recentemente no Brasil para Xbox 360 com Kinect, faz o jogador imergir no parque de diversões mais famoso do mundo.
A desvantagem: ainda é impossível de simular a sensação física das montanhas russas da Disney. Vantagem: os limites da física não se aplicam aos games.
O brinquedo Voo de Peter Pan (Peter Pan’s Flight) na versão real é um trem-fantasma bem feito. No Xbox 360, o seu personagem realmente voa e o jogador deve rebater bombas de um navio pirata mexendo o próprio corpo.
O jogo consiste em pôr o jogador em meio aos personagens Disney e realizando missões para eles. O estilo é “sandbox”, consagrado pela série GTA. Ou seja, um espaço limitado para se percorrer livremente. Nas missões, nada das tensões de uma guerra espacial como em Halo. Aqui a proposta é encontrar o chapéu do Pato Donald, recolher os garfos para a Ariel, de A Pequena Sereia, etc. Dificuldade praticamente nula: o jogador é guiado por um rastro de luz até os locais onde deve ir.
Disneyland Adventures peca por não acertar a sintonia fina da Disney para um público mais amplo, o que a marca consegue fazer com relativo sucesso em seus longas metragens a partir da década de 90. A experiência de abraçar, pegar autógrafos, tirar fotos, entre outras interações com os personagens, poderia conviver com uma proposta mais aberta ao público mais velho. Prova de que isso não é impossível são games como Kingdom Hearts ou Epic Mickey.
A opção pelo público infantil é válida, mas Disneyland Adventures só tem legendas em português, o que deve espantar uma boa parte do público infantil que prefere consumir desenhos animados e filmes em versões dubladas.
A boa notícia para o público que passou dos 14 anos é que em meio a essas tarefas e dancinhas com os personagens há minigames baseados nas atrações do parque, como o Peter Pan’s Flight e Piratas do Caribe. Cada um explora de maneira criativa o Kinect, embora tudo soe como uma repetição do que já foi feito em outros games do acessório. As imprecisões do Kinect aparecem e desaparecem dependo do jogo, como em Kinect Sports: Temporada 2.
A jogabilidade flui melhor que um Rise of Nightmare -basta estender o braço para movimentar -, mas os produtores optaram por fazer espécies de imãs ao redor das atrações e dos personagens principais. O avatar do jogador passa a caminhar devagar quando passa perto desse raio de ação, o que pode irritar.
Os gráficos coloridos e a recriação do parque são de uma riqueza de detalhes na medida ideal para um game com personagens de desenho animado. Se ficasse tudo real demais, perderia a graça, viraria Uma Cilada para Roger Rabbit e o encanto seria perdido. Para se ter uma ideia do esmero na recriação do parque, ao correr pelo espaço é possível ouvir pequenas frases do público que está frequentando o parque, que contribui para a o jogador entrar no game.
Os personagens Disney receberam as vozes originais e agem bem de acordo com o perfil já bastante conhecido. É impressionante relembrar o portfólio enorme criado sob o comando de Walt Disney. Se a turma de Mickey, Minie e Pateta parece meio tonta, a lisergia da turma de Alice no País das Maravilhas vira o jogo.
Quando trabalhou com Alice e sua turma, o diretor de cinema Tim Burton fez um mundo admirável, porém distante. Voltado para crianças (a questão aqui não é a idade cronológica, veja bem), Disneyland Adventuresconsegue fazer uma imersão completa em um mundo sonhos.
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