2011 foi um ano atribulado. Ditaduras de décadas ruíram graças a uma juventude conectada, perdemos grandes homens do mundo de tecnologia, e o rosto mais reconhecido do terrorismo global não se encontra assim mais tão reconhecível, cortesia de alguns tiros entre os olhos e um funeral no meio do oceano.
O mundo dos games, naturalmente, também foi cheio de grandes notícias neste ano. Aqui estão estão algumas que julguei mais importantes.
Nintendo 3DS começa desapontando, mas parece melhorar mais tarde
Na E3 do ano passado vimos o 3DS pela primeira vez. Por causa da natureza do display do console, compreensivelmente não dava pra mostrar muito naquelas apresentações (o que acabou deixando a maioria dos gamers pouco impressionados e, em alguns casos piores, desconfiados).
Mas o que realmente desanimou os gamers foi o preço do brinquedo: 250 obamas. Numa época em que diversões portáteis se tornaram lugar-comum graças aos onipresentes smartphones (o que muitos argumentam que diminui um pouco a quantidade de interessados a gastar uma cifra de três dígitos numa maquininha de games de bolso), a etiqueta de preço do 3DS deixou um gosto amargo na boca dos possíveis compradores.
Não é coincidência que a Nintendo decidiu reduzir o preço do console meros três meses após seu lançamento. Num dos cortes de preço mais dramáticos nos últimos anos, o 3DS foi dos 250 dólares aos mais digeríveis 170 por quais se vende atualmente.
Como mágica, as vendas do 3DS dispararam logo em seguida. Graças a esse (previsível) fenômeno após o corte de preço – e à minha posição cética em relação a essa nova geração de portáteis – fui obrigado a engolir muita zoação no Twitter, sempre acompanhada de links celebrando a meia-volta que o novo console portátil da Nintendo executou em relação aos números de vendas.
Eu particularmente mantenho minha posição de “pago pra ver”. Mas que este Super Mario 3D Land está apetitoso, está.
Já consigo antecipar os comentários: por que mencionar o 3DS e não o PS Vita? Por que 2011 não foi o ano do Vita; o console mal saiu. Aguarde a minha retrospectiva do ano que vem!
E não é que o OnLive funciona mesmo?
No longíquo ano de 2009 surgiu a promessa do OnLive. Conforme expliquei aqui no TB no ano seguinte, o OnLive é um sistema de games on demand que funciona de forma curiosa: os games são mantidos em máquinas remotas, e o que você vê no seu PC ou TV é na verdade um stream de vídeo do mesmo. O seu input é jogado pra lá, e a imagem do jogo é jogada pra cá. E você pode comprar games, ou apenas aluga-los.
Há cliente para PC/Mac, há uma solução dedicada para plugar na TV (o chamado “micro-console”) e até apps para smartphones e tablets.
A maior vantagem desse sistema é que não é necessário investir em máquinas com preços exorbitantes pra se manter sempre à frente dos requerimentos dos games. Virtualmente qualquer computador (até mesmo um netbook!) poderia rodar os últimos jogos do mercado, contanto que tenha uma conexão com a internet vários graus acima de “decente”.
Muitos analistas do ramo desconfiaram da premissa do serviço logo de cara. Este extenso artigo do Euroagame esmiuçou a improbabilidade do OnLive entregar o que prometia. Para poupar seu tempo, eu resumo pra você: o lag é uma barreira intransponível que marcará negativa e definitivamente a experiência com o serviço.
Embora algumas das previsões dos especialistas tenham se provado corretas (sim, há um pouquinho de lag, e sim, o OnLive não vai roubar o público hardcore da noite pro dia), a experiência é bem melhor do que se imaginava.
A infraestrutura da internet ainda não está inteiramente lá (bom, talvez no Japão esteja), mas isso é uma mera questão de tempo. E o serviço definitivamente não foi o fracasso completo que os críticos menos bondosos vaticinaram que seria. Joguei mais ou menos uma hora de OnLive aqui (moro no Canadá) antes de escrever esse texto (em vários games diferentes; o serviço dá um período de demo de 30 minutos por jogo) e em nenhum momento pensei “mas que porcaria de lag insuportável!”.
Há uma pequena latência, sim, mas é quase imperceptível e os games são perfeitamente jogáveis. Eu suspeito que se mostrasse o game para alguém que não soubesse que ele está rodando remotamente, a pessoa não suspeitaria isso.
Obviamente, a minha conexão no Canadá é bem mais rápida do que a da maioria de brasileiros. Mas como falei antes: é uma questão de tempo até isso mudar.
E eu me pergunto: o que acontecerá com o paradigma dos consoles e da corrida sem fim de hardware para PC gaming quando um jogo via OnLive for completamente indistinguível de um game rodando localmente?
Trailer de GTA5
Eu sou um fã incondicional da série Grand Theft Auto. Envolvi-me com a franquia logo no começo, lá em 1997, quando o primeiro game da série foi lançado para PC. De lá pra cá GTA passou por inúmeras mudanças (a mais significativa de todas sendo o salto tridimensional de GTA3), e vimos o último capítulo da série em 2008 com o lançamento de Grand Theft Auto 4.
De lá pra cá esperamos o inevitável próximo capítulo da série (missões de DLC não contam, né?). Demorou três anos, mas finalmente vimos o que nos aguarda na próxima geração de GTA.
Refletindo o críptico trailer de GTA 4 (estaríamos presenciando o nascimento de uma tradição?), esta breve prévia de GTA5 não mostra nada sobre a história nem gameplay; tudo o que vemos é o personagem principal sem nome, assim como o Niko Bellic, anseando por uma vida diferente e mais tranquila.
Mas o trailer deu algumas pistas. No começo vemos um cachorro: seria a primeira inclusão de animais na franquia? E aquele cara que aparece aos quarenta segundos do vídeo, no meio do discurso do narrador, julgado por alguns parecido com o icônico Tommy Vercetti de GTA Vice City (embora pra mim ele esteja mais pra Frank West, de Dead Rising)? Aquele Learjet voando em direção ao centro da cidade no final do trailer seria um indício de que aeronaves pilotáveis retornarão à franquia?
Resta esperar pelo game e ver quantas suspeitas dos gamers mais atenciosos se confirmam.
Pra você, que notícias gamers de 2011 foram as mais importantes?
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