Análise - Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2

Rapidinha

Gênero: Tiro em Terceira Pessoa
Desenvolvedora: EA Bright Light
Plataforma: PC | PS3 | Xbox 360 | Wii

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Mais curto que o nariz de Voldemort

Quando mais um grande filme estreia no cinema, mais um jogo baseado no mesmo surge. O que todos já sabem é que, para que o jogo seja lançado na mesma altura que o filme, os produtores acabam fazendo em um tempo muito mais curto do que o habitual, um ponto que acaba comprometendo na qualidade final do jogo. Harry Potter recebeu seu último filme neste mês, e com ele veio o último jogo da franquia. Mas será que ele cumpre suas expectativas?

Em 2001, Harry Potter começou a sua jornada no mundo dos filmes e também nos games. A franquia que até então era super adorada pelos seus livros acabava de receber um grande filme, que arrecadou uma boa bilheteria, e um game muito bem recebido pelos jogadores. Se você foi um dos que jogou Sorcerer's Stone para PS1 e nunca mais pegou outro título de Harry Potter, esqueça de tudo o que você jogou nele.

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2 continua com a mesma mecânica do jogo anterior e oferece aos jogadores uma experiência de um jogo de tiro em terceira pessoa. É aquele mesmo onde a câmera fica posicionada atrás do personagem. Só que a única diferença do novo jogo de Harry para outros shooters da vida é que aqui você não usa armas, e sim magias que saem da sua varinha. O problema mesmo fica em relação a quantas magias você pode usar, são apenas seis.

Não há exploração em todo o jogo, tudo é muito linear e em um curto espaço de tempo você vai termina-lo com muita tranquilidade. Para os jogadores mais rápidos, duas horas é o tempo essencial para que Deathly Hallows: Part 2 seja terminado. O que acaba te deixando de cabeça quente é tamanha repetição que o mesmo tem, com as poucas magias que o personagem pode soltar, quase todos os inimigos são derrotados da mesma forma.

A inteligência artificial deixa a desejar em muitas ocasiões, os comensais da morte são completamente burros e esperam chegar à sua frente para começarem a jogar magia. Logo, não será preciso muita agilidade ou até mesmo habilidade por parte do jogador para se passar de fase, até mesmo porque são poucas às vezes em que o objetivo não é "atirar" nos inimigos que aparecem no seu caminho e chegar a um determinado ponto do cenário.

Também não há muita liberdade no título, você sempre terá que seguir o caminho proposto pelo objetivo. Os colecionáveis estão presentes no jogo, o problema é que eles são muito fáceis de ser encontrados e não têm nada demais além dos modelos dos personagens em 3D, que no total são nove, e músicas da trilha sonora original do filme, que também estão presentes no game. É tão fácil de achar os colecionáveis que aquilo de você voltar em certa fase por algo não existe aqui.

Com a esperança de uma mudança do ruim Deathly Hallows: Part 1, os jogadores ficaram ansiosos pela possibilidade de se controlar mais personagens neste. Mas, como tudo tem que dar errado no jogo, todos os personagens fazem exatamente os mesmos movimentos, soltam as mesmas magias, empunham a varinha quase que do mesmo modo e, outro detalhe importantíssimo, tem o dom de falar com a boca fechada. Se você ouvir uma voz falando pode conferir, só alguns não conseguem tal feito.

A mesma história que podemos encontrar no filme está no jogo. Sendo assim, Harry está em sua batalha para encontrar as horcrux necessárias para derrotar Voldemort e o lorde das trevas está em sua incansável procura pelo bruxinho que sobreviveu à sua magia mortal quando ainda era um bebê. Tudo é contado por cutscenes, que contam com um gráfico muito bom e som de primeira, tendo em vista que a trilha sonora é a mesma do filme e os dubladores são os próprios atores.

O recomendado a se fazer é assistir o filme para que depois jogue o jogo. Logo, você perceberá muita diferença se tratando de alguns acontecimentos que simplesmente não estão no filme e que muitas das vezes são contados de forma diferente. Como no começo do jogo onde você deve passar pelo dragão que protege os cofres, no filme eles contam com um objeto que faz com que o bichano se acalme, já no jogo o dragão solta fogo e você tem que se esconder pelas pilastras.

Tudo bem, um pouco de ação realmente deve ser acrescentado ao game. Mas mudar os acontecimentos do filme é um tanto quanto estranho para quem assistiu antes de jogar. Porém, o que não foi mostrado muito no filme é aprofundado no título, como por exemplo, a procura de Ron e Hermione por um das horcrux, onde muitos comensais aparecem em seu caminho para que eles não cheguem até o local.

Chegou a hora de falar sobre os gráficos. De início você poderá notar que eles são muito diferentes de tudo aquilo bonito e maravilhoso que passou na cutscene, há uma redução notável se tratando disso. No geral os cenários de Hogwarts e outros lugares fora da escola foram bem reproduzidos, de longe, é claro. Se aproximando algumas texturas são bem feias e alguns personagens até ousam passar entre alguma parede. E antes que pense errado, não é uma magia.

Outra coisa que deve ser ressaltada é a queda nos frames do jogo, um problema que atinge muitos dos shooters faz mais uma vítima neste Harry Potter. Como as texturas e alguns ambientes não são grande coisa, os personagens também não poderiam ser diferentes. Os modelos podem até ser aceitáveis, mas o rosto de cada um deles não condiz muito com os atores dos filmes e só são reconhecíveis quando suas vozes saem de algum misterioso lugar, raramente da boca.

Deixei por último uma das únicas salvações do jogo, o som. Quem gosta das músicas que acompanham alguns épicos duelos entre os bruxos, pode ficar tranquilo pois elas estão presentes em um bom número, levando em conta suas durações. Em relação à dublagem, as vozes usadas no jogo são dos próprios atores dos oito filmes já lançados, não tem do que reclamar neste aspecto. Algumas podem até ter sido aproveitadas e terem sido retiradas do próprio filme, mas algumas foram feitas para o jogo.

Os fãs poderão se decepcionar bastante com o jogo baseado no último filme de Harry Potter. Alguns poderão até dizer que é recomendado somente para estes jogadores, sinto informar, mas nem por estes o jogo merece ser comprado. Muita coisa poderia ter sido aproveitada, como alguns acontecimentos dos livros, já outras poderiam ter sido jogadas longe. No geral é um daqueles jogos que você não desembolsará muito para alugá-lo, terminá-lo e devolvê-lo, tudo isso em um dia.

O Veredicto

História: 6 - Acontecimentos foram trocados em relação ao filme. Muita coisa é contada rapidamente pelas cutscenes e deixam alguns jogadores um pouco confusos.
Som: 9 - Talvez a única salvação para o título. Dublagem dos atores e trilha sonora do filme.
Gráficos: 5 - Texturas malfeitas e personagens que não são parecidos.
Gameplay: 3 - Repetição ao extremo, inteligência artificial fraquíssima, pouco número de magias, campanha com um tempo muito curto.

Nota final: 5,75 - Ruim.

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Confira um trailer do jogo:

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