sábado, 26 de novembro de 2011

Entenda o que é o vício em internet

Saiba como identificar e tratar um viciado
Muitas pessoas podem encontrar status social em um mundo virtual

Parece até brincadeira, mas uma das doenças que mais afetam a atual sociedade é o vício em games e internet. A dependência é tanta que em países como a Coréia do Sul, o governo já considera o problema como risco à saúde pública, tendo que pretende criar clínicas de habilitação de forma semelhante ao que acontece na Inglaterra, Alemanha e EUA.

Na Inglaterra, por exemplo, uma esposa ficou tão cansada de ver o marido jogando videogame que resolver realizar um leilão do homem pela internet, alegando que ele só sabia jogar. Outro caso é o de um casal de sul-coreanos que matou a própria filha de fome porque estavam ocupados demais cuidando do seu bebê virtual.

Início

Para o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do site O que eu tenho? e do Programa de Dependentes de Internet, o vício ganhou força depois do momento em que os jogos se voltaram para o mundo online.

“A partir do momento em que estes jogos ganham uma interação maior, principalmente na parte online, o jogador (através de rankings e do status no jogo) percebe que lá ele pode ter o reconhecimento que ele não pode conseguir na vida social, ou seja, um estado social”, explica.

Identificação

Para o especialista, um viciado em games pode ser facilmente identificado. “Uma pessoa que apresenta uma dependência do jogo, como por exemplo: não conseguir se afastar do game, fazer outras coisas ou até mesmo perder o controle quando é privado do jogo. Esta pessoa tem um problema de vício, podendo decair em outras situações da vida como estudos e vida social.”

O música Rafael Galozzi, de 24 anos, já passou 16 horas seguidas em frente ao videogame. “Já faltei na escola pra poder jogar à manhã e à tarde sem parar. Já tive problemas com namoradas por não deixar de jogar e até mesmo preferi o game a fazer coisas saudáveis ou até mesmo sair”.

Vulnerabilidade jovem

Por que a maior parte dos casos de dependência ocorre com jovens? Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, é na juventude que o nosso cérebro ainda não possui o amadurecimento cerebral, podendo estar mais vulnerável a problemas de situações de controle e também de autoafirmação, coisas que podem ser encontradas em redes sociais e em jogos.

Durante um estudo da Consultoria Kzero, em 2009, foi constatado que existem aproximadamente 580 milhões de usuários distribuídos em todo o mundo virtual, sendo a grande deles com idades entre 10 e 15 anos.

Já no caso de adultos, a situação é um pouco diferente do que uma simples questão de personalidade. Para o especialista, o adulto precisa de algum desafio na sua vida, principalmente de interação social, coisa que ele pode facilmente encontrar na internet.

Tratamento

Até o momento ainda não foram criadas clínicas para viciados no Brasil, mas já existem programas para conter o vício, entre eles o Programa de Dependentes de Internet do Hospital das Clínicas.

A iniciativa gratuita é válida tanto para adultos como para adolescentes. O tratamento consiste em encontros semanais durante 18 semanas. Nestas reuniões, os usuários podem compartilhar os seus problemas com método semelhante ao que existe no AA (Alcoólicos Anônimos).

Segundo o especialista, na maioria dos casos quem indica o tratamento é a família. Nabuco afirmou que o viciado precisa se manter longe da internet e dos videogames, da mesma forma como ocorre com o vício em álcool e outros tipos de dependência.

Relação entre jogos e violência

Entre tantos estudos e análises, a violência por meio dos games é algo que merece atenção. Para responder a esta questão, alguns psicólogos reuniram dois grupos em salas diferentes. Um deles assistiu apenas cenas de games que continham violência enquanto os outros viram filmes tranquilos, sem nenhuma cena de ação.

Após algum tempo de exibição, os especialistas exibiram para ambos os grupos a cena de um homem tomando uma bolada na cara e depois perguntaram o que motivou a tal situação.

No caso daqueles que estavam assistindo ao videogame, a analise foi de que tratava-se de algo proposital, já para os que estavam na sala do filme, a avaliação foi de algo acidental.

“Os jogos não tornam o individuo mais violento. No entanto, ele se torna mais adaptado a acreditar e relacionar as situações normais à violência”, encerra o psicólogo Cristiano Nabuco.

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